Alunos do 12.º ano em visita: uma viagem pelo Palácio Nacional de Mafra

No passado dia dezoito de abril, os alunos do 12.° ano deslocaram-se até Mafra, com o intuito de assistir a uma peça de teatro sobre o Memorial do Convento, de José Saramago, e visitar o Palácio Nacional de Mafra, no âmbito da disciplina de Português.

Pela parte da manhã, os alunos assistiram à peça de teatro numa das salas do palácio, o que os ajudou a contextualizarem-se melhor para a segunda parte da visita, que se realizou de tarde, visto que o cenário era indispensável para melhor compreender a obra de Saramago, que contém uma parte histórica e outra fictícia.

A visita guiada começou no exterior do palácio, onde foi apresentada a arquitetura da gigante e magnífica infraestrutura, que conta com mais de 1200 hectares e é o maior monumento nacional. Pela sua dimensão, e pela rapidez com que foi erguido, foi necessária a força de mais de cinquenta mil homens, que trabalharam até à exaustão, para cumprir o luxuoso desejo de D. João V. O rei mandou construir o palácio e o convento para cumprir uma promessa que fez, caso tivesse um filho. Saramago, na sua obra, não hesita em honrar e prestigiar os milhares de trabalhadores que contribuíram para este património.

Em seguida, os alunos dirigiram-se para a basílica, onde se destaca o estilo Barroco, inspirado nos grandes edifícios romanos. Os deslumbrantes seis órgãos da basílica, agrupados em pares, e o mármore das paredes dão ainda mais ênfase a este estilo.

Passando pela capela lateral, e regressando ao exterior, encontra-se o Galileu, onde estão cinquenta e oito esculturas, feitas em Itália, que guardam o caminho que dá acesso ao palácio, junto da basílica. Ao subir as escadas, os alunos entraram na primeira sala, a Sala Diana, onde, logo na entrada, existe um quadro do rei. Esta destinava-se a ser a sala de entrada e de espera que dava acesso à Sala do Trono, que conta com o excesso decorativo que marca o século XVIII e representa o auge da presença do barroco no edifício. Nesta divisão, aconteciam apenas visitas ao rei, tendo em conta que o palácio não era a residência permanente da família real.

Ao atravessar o palácio, encontra-se a Tribuna Real, onde o rei tinha vista para a basílica e a varanda que usava para se comunicar com o povo. A tribuna funciona como uma espécie de divisão entre a ala norte e a ala sul do palácio. Na ala norte estavam os aposentos privados do rei e, na ala sul, a 232 metros de distância, estavam os aposentos privados da rainha. Na ala norte, de D. João V, predomina o estilo do século XVIII. Já do outro lado do palácio, na ala sul, é notória a mudança na decoração, para um estilo já mais do século XIX. No palácio, os reis contavam, inclusive, com várias salas sociais que refletiam o estilo romântico da época, onde predominavam cores como, por exemplo, o azul bebé e o amarelo. Infelizmente, não foi possível visitar a parte do convento, que conta com 300 quartos para alojar os frades, pois a sua jurisdição pertence ao Exército Português.

A visita terminou com a marcante passagem pela magnífica biblioteca do palácio, que está na lista das dez mais bonitas do mundo. Esta guarda 30 mil volumes de livros, que englobam temas diversos, do Direito à Religião, e é um espaço de tirar o fôlego a qualquer um que lá entre.

Notícia de: Luíza Saad, 12.ºD