O deserto do Panamá

Todos nós já nos deparamos com as diversas manifestações do aquecimento global.  Desde as radicais variações de temperatura até à seca extrema.  O canal do Panamá constitui um desses exemplos que, apesar de ser uma situação sem muita exposição, apresenta consequências a nível global.

Para quem não sabe, este canal foi construído em 1914 para permitir o trânsito entre os oceanos Atlântico e Pacifico, chegando a atingir um tráfico anual de 14000 navios. Esta maravilha da engenharia estende-se por cerca de 80km e atravessa o istmo do Panamá, possibilitando aos navios a existência de uma alternativa à longa rota pelo sul do continente americano, tornando-se, assim, uma artéria vital do comércio global.  O funcionamento deste canal depende da água doce dos lagos vizinhos.

No entanto, as alterações climáticas têm vindo a diminuir a taxa de precipitação global, sendo esta responsável por abastecer os lagos que mantém o normal desempenho do canal. Deste modo, este fenómeno tem vindo a afetar o comércio e economia mundial visto que as autoridades já se viram obrigadas a reduzir em 36% as travessias.

Esta redução vai seguramente levar a um aumento do custo dos produtos transportados pois os comerciantes já estão a ter de recorrer a alternativas de transportes mais longas e dispendiosas para poderem vender os seus artigos. Para além disso, a companhia responsável pelo Canal do Panamá tem de recorrer à compra de milhões de litros de água para manter este canal navegável, sendo que os custos podem chegar aos 700 milhões de euros ainda este ano.

Dito isto, apesar de não ser um tópico muito divulgado, é percetível que este problema afeta a população mundial. Assim como este existem muitos outros casos que não são conhecidos, mas que nos afetam e por isso o ser humano deveria sempre procurar estar informado acerca destes temas.

Artigo de Inês Duarte, Ana Catarina Gomes, Sara Pereira | 12ºE